terça-feira, 25 de outubro de 2016




É POSSÍVEL SE TER UMA EDUCAÇÃO INFANTIL DE QUALIDADE



            A conscientização da importância sobre a Educação Infantil se deu por volta de 1974, quando discussões importantes ganharam atenção em nível nacional com a nova LDB (lei nº 9394/96), quando então a Educação Infantil passa não apenas a se preocupar com o cuidar da criança, mas visa então o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico- psicológico, intelectual e social.



            A criança que está inserida na Educação Infantil tem de 0 a 6 anos, uma idade essencial para o seu desenvolvimento que determinará muito do que ela vai ser e conquistar durante todo o decorrer de sua vida. Em cada atividade da qual ela participa, intencionalmente ou não, ela está aprendendo e se desenvolvendo, por exemplo: “Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas,” (RCNEI – pag.15). Sendo assim é preciso que a Educação Infantil propicie um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança, incentivando a brincadeira com segurança e diversas possibilidades para que a criança explore ao máximo estes momentos que não são apenas de lazer, mas também e principalmente de aprendizado, de si mesma, do meio em que está inserida, de sua cultura e do outro.



            Hoje em dia encontram-se grandes dificuldades na aprendizagem nas séries iniciais no ensino fundamental e médio, principalmente nas disciplinas básicas de matemática e português, problemas estes que poderiam ser evitados se na Educação Infantil as crianças fossem bem trabalhadas através da Psicomotricidade, que permite a criança um desenvolvimento neuromotor mais detalhado podendo auxiliar o processo de alfabetização com mais êxito e futuramente pode trazer benefícios ao desenvolvimento escolar do educando. Devido a isto se acredita que na Educação Infantil o processo de ensino aprendizagem deva-se aliar o cuidar, o brincar e o educar em todo o decorrer da permanência da criança nesta etapa escolar, respeitando o corpo da criança e suas necessidades básicas, sem força-la a atingir objetivos aos quais “nós” como adultos achamos convenientes ou necessários. Todo este processo precisa de forma eficaz trabalhar a autonomia da criança, o que vai ajuda-la em todas as fases de sua vida, tornando-a não só uma criança autônoma e capaz de tomar decisões, como sendo ela um sujeito social e histórico, possa não apenas ser influenciada pelo seu meio social, mas, também tenha a condição de influenciá-lo.

           

            É possível se ter uma Educação Infantil de qualidade valorizando o espaço físico, a segurança, a alimentação das crianças, porém, mais do que isso é preciso que os educadores sejam capacitados e estejam nesta carreira por amor, para que se dediquem da forma adequada e necessária para desenvolver suas funções. Vivemos em um tempo onde se fala e se pratica muito a capacitação, a formação contínua dos profissionais, mas em uma época onde o ter é muito vais valorizado do que o ser, a classe de educadores passa a não mais dar tanta importância ao capacitar-se para fazer diferença no dia a dia em sala de aula, mas capacitar-se para aumentar a possibilidade de conseguir oportunidades melhores em suas funções para que suas rendas mensais possam subir. Não que isto não seja importante, mas assim como no processo educativo é preciso ter o equilíbrio para que todas as áreas das crianças sejam desenvolvidas, sem que uma seja mais privilegiada que a outra e no futuro ela seja comprometida em seu processo de aprendizagem, se o educador também não usar deste equilíbrio em seu desenvolvimento como profissional, a educação sofrerá grandes prejuízos e o presente e o futuro de nossas crianças estará seriamente comprometido.



            Portanto é possível se ter uma Educação Infantil de qualidade desde que os profissionais da área sejam não apenas profissionais, mas sim apaixonados pela educação e por toda a transformação que ela pode causar não só na vida das pessoas que serão por eles tocadas, mas em toda a sociedade onde essas vidas estarão inseridas. Se cada um deles perceber que há mais por se fazer do que apenas cuidar e brincar por brincar das crianças de 0 a 6 anos, que quando você faz com que todo o processo  de ensino aprendizagem tenha sentido na vida do educando, desde sua infância, fazendo com todas as áreas sejam trabalhadas e valorizadas em cada etapa, o resultado será de efeito mais duradouro e eficaz, ai sim a Educação Infantil será uma educação desenvolvida com qualidade.

Fonte:

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.    Brasília: MEC/SEF, 1998.


Por: Andreia Menezes Silva

O que é ser Professor?


26/09/2016



O QUE É SER PROFESSOR?



            Alguns podem dizer que ser professor é ser aquele que é responsável por transmitir o conhecimento cientifico, no âmbito educacional da palavra. Pois a palavra se aplica a todo aquele que transmite qualquer tipo de conhecimento, não se restringindo ao cientifico. Porém acredito que ser professor é mais que ser responsável por esta transmissão. Qualquer ser humano pode transmitir conhecimentos em suas diversas e múltiplas áreas, enquanto que não existe a possibilidade de qualquer pessoa ser um instrumento para ensinar e concretizar o aprendizado.

            Ser professor é uma postura, uma escolha vocacional de alguém que tem prazer em aprender, prazer em compartilhar o aprendizado, prazer em despertar o interesse em outros de buscar conhecimentos e prazer de ver concretizado o processo de aprendizado. Ser professor é ser um educador que promove mudanças e transformações visando que o melhor seja externalizado.

            Quem assume o papel de professor, o assume na vida, não apenas dentro de uma sala de aula. Em toda sua existência ele enxerga possibilidades de lançar a semente do conhecimento. Depois ele aguarda ansiosamente a semente germinar e procura desenvolver formas cada vez mais eficazes de ver os frutos nascerem e de que estes sejam de boa qualidade. Por diversos fatores, internos e externos, em alguns momentos ele não terá êxito, porém quando se escolhe assumir a postura de professor, não há como desistir. Outras possibilidades são testadas até que se obtenha o resultado almejado, ou que se tenha observado que a planta deu o máximo de si e que não haja mais nada a ser feito. E mesmo neste momento o professor se entristece, mas não desiste. Retoma o  processo e o inicia novamente.


Por: Andreia Menezes Silva

RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO.


RESENHA CRÍTICA DO TEXTO: RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO.
PARAÍSO DO NORTE, 2015.


O texto Ressocialização através da educação, apresenta dados referentes a história do sistema penitenciário no Brasil, seus objetivos iniciais voltados exclusivamente ao castigo e punição através da privação de liberdade, acreditando que este processo pudesse ressocializar os detentos. Porém o texto mostra a falha e o fracasso do sistema, apresentados na reincidência dos crimes, alguns deles piores do que o anterior, ousando dizer que é como se a prisão os tornasse mais nocivos ao convívio social. Partindo deste histórico no ano de 1950, a educação no sistema penitenciário inicia-se, com a visão de alfabetizar e proporcionar a oportunidade de continuidade dos estudos para aqueles que não tiveram esta oportunidade. Dentro deste contexto objetiva-se o trabalho com conceitos importantes como, família, amor, dignidade, cidadania, governo, dentre outros, que possam auxiliar o processo de humanização e uma analise e compreensão das suas realidades proporcionando-os a autonomia intelectual.
Basta olhar para a atual realidade social da nação brasileira, que é possível identificar mesmo sem uma analise profunda, o fracasso do sistema penitenciário brasileiro. A superlotação e a ociosidade prisional dentre tantos outros fatores, se tornam grandes responsáveis pelo fracasso deste sistema. É preciso olhar para os milhares de internos das prisões espalhadas pelo país, como vidas que embora não tenham se preocupado com os direitos dos seres humanos ao alvejarem contra a vida de outros, continuam sendo vidas que precisam ser tocadas e ensinadas a viver e respeitar. Cada um deles tem sua história de vida, que muitas vezes não representam um exemplo de cidadania respeitada, não que a falta de direitos humanos cumpridos justifique qualquer tipo de crime, porém, diante de um tema em que a formação de cidadãos esteja envolvida, este é um fator a se considerar. Para isso ao olhar para os seres humanos que estão aprisionados e precisam ser ressocializados, nos deparamos com a possibilidade de que a educação seja uma das formas mais eficaz neste processo. Como diz Mario Quintana: “Eu acho que todos deveriam escrever versos. Ainda que saiam maus. É preferível, para a alma humana, fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética é sempre um esforço de auto-superação e, assim, o refinamento do  estilo acaba trazendo a melhoria  da alma”. A educação através da reflexão e da conscientização critica torna possível uma transformação de dentro para fora no ser humano, transformação essa que se torna mais eficaz que apenas a aplicação de castigos em forma de privação de liberdade, sem a devida informação sob o que acontece para levá-los a esta condição, sobre as consequências que refletem seus atos, não só em suas vidas, mas em toda a sociedade, e sob a possibilidade de uma mudança intencional que comece neles e através deles possa atingir grande parte dessa sociedade, que em algum momento das suas vidas, não cumpriu o papel que lhe cabia, porém através deles pode cumprir na vida de outros.

Procura-se um Pedagogo Libertador


PARAÍSO DO NORTE
2014




    PROCURA-SE COM URGÊNCIA PEDAGOGO LIBERTADOR





País extremamente capitalista, vivendo em uma falsa democracia, representado por políticos em sua maioria corruptos, dedicados a corromper todo o sistema; país com cidadãos se é que assim podem ser chamados, com problemas sérios de falta de consciência e de valores éticos e morais; clama por uma classe de pedagogos libertadores.

Um pedagogo libertador é aquele que vai propor uma educação critica a serviço da transformação social, então você pode se perguntar, porque a necessidade de pedagogos libertadores?

O País que faz este pedido é um local em uma situação muito delicada.  Um país doente e sem atendimentos médicos, país deseducado, pela falta de investimentos e prioridade na área da educação publica, país desabastado de políticos conscientes e humanos, país privilegiado por suas riquezas naturais e que está as perdendo pouco a pouco, sem encontrar força nem voz para se manifestar contra, país que de forma abusiva e arbitrária vive debaixo de leis e decisões que vão aos poucos apagando as linhas descritas em sua legislação. País extremamente carente, porém, com carências que vão além da carência afetiva; país carente de comida, carente de amor, carente de trabalho, carente de educação, carente de paz, carente de moral, carente de seriedade, carente de verdade, carente de consciência, carente de justiça e dentre outras, carente de educação.

Espera-se que após a descrição da situação deste país, fique clara a necessidade de pedagogos, que se comprometam com a transformação desta sociedade. Acredita-se que estes pedagogos existam, e que no inicio eles eram muitos e ansiosos por mudança, mas o sistema deste país os embruteceu. Este artigo vem pedir a cada um destes pedagogos que se levantem de suas cadeiras e tomem um posicionamento. Este país precisa de você. Os cidadãos deste país clamam pra que vocês se manifestem em suas salas de aula, em suas instituições educacionais, em suas comunidades e em suas cidades.  Estes cidadãos clamam por vocês, pra que eles aprendam a se defender deste país, pra que tenham coragem, argumentos e sejam capacitados a iniciarem uma transformação no que hoje se pode chamar de sub-existência deste país, em uma história e vida deste país.

Este pedido foi feito por uma mãe, que sente o desejo de clamar, em nome de uma geração que ainda não sabe se manifestar, e que provavelmente pode chegar a ser privada do seu direito de falar, se estes pedagogos libertadores não se manifestarem.


Por: Andreia Menezes Silva

A Comparação Sociológica do Pensamento Durkheim, em Relação ao Pensamento de Max Weber


A Comparação Sociológica do Pensamento Durkheim, em Relação ao Pensamento de Max Weber

PARAÍSO DO NORTE / 2014

O pensamento de Emile Durkheim e Max Weber



Se observarmos hoje de um modo geral, o sistema educacional do Brasil em pleno séc XXI, têm cumprido seu papel, ou função social dentro da sociedade? Após tantos livros, artigos e textos sobre a prática educacional e sua função social, e depois de inúmeras lutas por liberdade e melhorias na educação, a escola e a faculdade tem trabalhado as competências dos indivíduos, visando capacita-los a serem cidadãos ativos e participativos na sociedade, agindo de forma critica e responsável? Tem motivado e proporcionado a estes estudantes as ferramentas necessárias para que eles sejam construtores da própria história?  

Pode-se observar que a educação por vezes é movida e direcionada por motivos que estão além dela.  Desde o inicio com o período Jesuítico, onde os interesses religiosos estavam acima dos educacionais, passando pela reforma protestante, que enxergou uma oportunidade de salvação da cultura e das tradições, pelo período do golpe militar onde a educação visava garantir uma ordem socioeconômica, chegando aos dias de hoje, onde os interesses políticos e capitalistas estão nas entrelinhas de todo o processo. Observando pela sociologia, pode-se dizer que estes fatos históricos, fazem referencia ao pensamento de Emile Durkheim (1858-1917). O sistema educacional brasileiro passa por diversas fases e períodos, porém, em cada um destes, ele é coagido a agir de acordo com os padrões pré-estabelecidos por uma força maior. É quase que como uma herança genética, impregnada no sistema, que não lhe dá liberdade de escolha. Muito embora, cada um destes períodos tenha a sua contribuição para a educação, dificilmente o sistema consegue se libertar e criar asas para formar uma sociedade onde cada indivíduo, em todos os âmbitos, com suas ideias e pensamentos, seja o protagonista da história.

Para Durkheim, a sociedade precede o individuo, no processo educacional, isto significa dizer que, os educadores enquanto formadores de opinião não tem total  liberdade de ensinar o que acham conveniente. Eles precisam corresponder as expectativas de um governo que rege as leis que direcionam o conteúdo a ser desenvolvido.

Outra forte evidencia do pensamento de Durkheim dentro da educação, se da no âmbito dos educandos. Cada um vem com a sua própria realidade social, que para Durkheim, tem o poder de decidir que tipos de alunos vão ser. Baseados na forma como nasceram, como foram criados, de acordo com a família, o bairro que moram, a vizinhança que têm, Tudo se evidencia como fato social, que, para ele vai ter total influência no rendimento e histórico escolar do individuo.

Durckhein defende que o individuo não tem condições de escrever sua própria história, para ele somos o que somos em decorrência do lugar que nascemos e vivemos. Em alguns aspectos ele não deixa de ter razão. Mas com este pensamento ele limita o poder de decisão do ser humano, reduzindo-o a um ser dominado, sem condições de pensar e escolher, designando-o fruto do meio.

Já segundo o pensamento de Weber (1864-1920) a sociedade é a soma da particularidade dos indivíduos. Seu pensamento parte do individual para o grupal. Enquanto indivíduos, temos poder de escolher o que ser e o que fazer, e estas escolhas formam a sociedade. Para ele o ser humano tem condições de avaliar racionalmente antes de tomar uma decisão, assim sendo, ele não precisa ser apenas uma reprodução do meio.

Analisando o processo educacional pela visão de Weber, educadores e educandos tem a condição de construir uma história diferente da que está sendo escrita.

A questão da escolha cabe ao individuo, dependendo do seu querer e da sua consciência. Weber defende a visão de que, a escola como uma instituição responsável pela transmissão da ciência empírica, não deve dizer ao individuo o que ele deve fazer, na posição em que ela ocupa deve apenas orientar o que se pode fazer.  Para ele a escola/faculdade, deve ser o lugar de estudar os problemas, refleti-los e através disso, oportunizar a criação de resoluções e tomada de atitudes, baseadas em seus próprios pensamentos. De uma forma geral, é o lugar onde o individuo receberia bagagem e orientação, para pensar. Podendo assim viver uma vida, com condições de assumir seu papel e sua posição dentro da sociedade. 

Porém, diante destas análises, podemos concluir que o pensamento de Durkheim, é o que mais se aproxima da realidade do processo educacional brasileiro. Bom seria se pudesse ser dito o contrário. Neste caso nosso sistema educacional poderia ser o agente de transformação da triste realidade social brasileira. Através da reflexão o individuo pode tomar decisões mais sensatas, e mais humanas. A ausência da reflexão torna o processo mecânico, automático, é o quadro do retrato da nossa sociedade que faz, “porque todo mundo faz”. Não é preciso ter motivo, causa, razão, apenas se faz, se reproduz. E assim nossa sociedade, assim como nosso sistema educacional vão confirmando e provando que o pensamento de Emile Durkheim reflete, não o todo, mas mesmo assim, muito da realidade humana.

  

Referência:

FORACCHI, Marialice Mencarini; MARTINS, José de Souza. Sociologia e Sociedade: Rio de Janeiro, LTC – Livros Técnicos e Científicos S.A.,1984

SOUSA, Ana Célia Furtado Orsano de; FONTELES, Marcelino de Oliveira; SILVA, Oscarina Maria da; Sociedade E Educação Em Max Weber. Disponível: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/evento2002/GT.4/GT4_3_2002.pdf (Acesso em 12.09.2014)


Texto Complementar: As teorias sociológicas na compreensão do presente. Uma outra maneira de ver a sociedade.


Por: Andreia Menezes Silva

Resenha A arte de ouvir

Resenha - A Arte de Ouvir


A arte de ouvir

 (Alves,2009)

O texto aponta que, embora, de todos os cinco sentidos, o ouvir seja essencial para a vida em comunidade, ele acaba por ser o menos praticado no mundo de hoje. De fato vivemos em uma sociedade barulhenta, que fala demais, grita exageradamente e poucas vezes as pessoas desfrutam do silêncio.  Não há como ouvir o outro, sem que você se cale e assuma a posição de dar importância ao que está sendo dito.

Podemos observar que o silêncio e a arte de ouvir são tão escassos, nessa geração moderna e tecnológica, que, por vezes, um grupo de pessoas está reunido, e o silêncio aparente do ambiente está sendo tomado por mãos e mentes, que, estão ativas “falando” com várias pessoas ao mesmo tempo, sem ouvir nenhuma delas. Hoje já não se sabe o que é dar atenção, e valorizar uma fala.  

Não sabemos nos calar, por isso não sabemos ouvir. O autor cita o exemplo dos diálogos que acontecem dentro dos elevadores. Os olhares se cruzam e em seguida, o silêncio ocupa o espaço, mas, este parece representar uma atitude mal-educada, então, palavras obrigatórias surgem numa conversa sem sentido, apenas para calar o silêncio. Entretanto, seja no elevador, ou em um ambiente em que haja intimidade entre as pessoas, antes que alguém termine um assunto ou uma história que deseja partilhar, um comentário surge sem que este, termine sua fala, chegando muitas vezes a mudar o foco ou o tema referido.

As escolas não ensinam o ser humano a ouvir, até mesmo porque dificilmente alunos ouvem os professores, ou professores ouvem os alunos dentro do ambiente escolar. Alves cita no texto, a pequena aluna Andrea, que foi marcada pela fala ou pelos gritos, de sua professora em seu primeiro dia de aula, muitas das nossas crianças tem sido vitimas desta violência auditiva. Os adultos não tem quem os ouça, por consequência também tem dificuldade para ouvir. Não há como negar que este retrato é reflexo, do ser humano e de todo o seu processo de desenvolvimento e avanços tecnológicos. Para ouvir é preciso tempo, e em uma sociedade imediatista, onde tempo é dinheiro, as pessoas não vão querer perder dinheiro, ou seja, tempo.

Os adultos que podem, resolvem sua necessidade de serem ouvidos, com psicanalistas, Já as crianças que também anseiam serem ouvidas, se fecham em seus mundinhos. Lugar esse repleto de vida, cores, criatividade, histórias e sonhos. Alves diz: É dos sonhos que nasce a inteligência. Se assim o é, podemos concluir que muitos sonhos serão mortos e enterrados se não aprendermos, ensinarmos e praticarmos o ouvir. E como consequência, em pouco tempo teremos uma sociedade desprovida de inteligência.

Precisamos de pessoas que ouçam, nossas crianças precisam de pais e educadores que as ouçam. Nossa sociedade e nosso futuro como homens dependem disso.



Referência:

MAIA, Christiane M.; SHEIBEL, Maria F.; URBAN, Ana C. Didática: organização do trabalho pedagógico. Curitiba:IESDE, 2009.

Por: Andreia Menezes Silva