A arte de ouvir
(Alves,2009)
O texto aponta que, embora, de todos os cinco sentidos, o
ouvir seja essencial para a vida em comunidade, ele acaba por ser o menos
praticado no mundo de hoje. De fato vivemos em uma sociedade barulhenta, que
fala demais, grita exageradamente e poucas vezes as pessoas desfrutam do
silêncio. Não há como ouvir o outro, sem
que você se cale e assuma a posição de dar importância ao que está sendo dito.
Podemos observar que o silêncio e a arte de ouvir são tão
escassos, nessa geração moderna e tecnológica, que, por vezes, um grupo de
pessoas está reunido, e o silêncio aparente do ambiente está sendo tomado por mãos
e mentes, que, estão ativas “falando” com várias pessoas ao mesmo tempo, sem
ouvir nenhuma delas. Hoje já não se sabe o que é dar atenção, e valorizar uma
fala.
Não sabemos nos calar, por isso não sabemos ouvir. O
autor cita o exemplo dos diálogos que acontecem dentro dos elevadores. Os olhares
se cruzam e em seguida, o silêncio ocupa o espaço, mas, este parece representar
uma atitude mal-educada, então, palavras obrigatórias surgem numa conversa sem
sentido, apenas para calar o silêncio. Entretanto, seja no elevador, ou em um
ambiente em que haja intimidade entre as pessoas, antes que alguém termine um
assunto ou uma história que deseja partilhar, um comentário surge sem que este,
termine sua fala, chegando muitas vezes a mudar o foco ou o tema referido.
As escolas não ensinam o ser humano a ouvir, até mesmo
porque dificilmente alunos ouvem os professores, ou professores ouvem os alunos
dentro do ambiente escolar. Alves cita no texto, a pequena aluna Andrea, que foi marcada pela fala ou
pelos gritos, de sua professora em seu primeiro dia de aula, muitas das nossas
crianças tem sido vitimas desta violência auditiva. Os adultos não tem quem os
ouça, por consequência também tem dificuldade para ouvir. Não há como negar que
este retrato é reflexo, do ser humano e de todo o seu processo de
desenvolvimento e avanços tecnológicos. Para ouvir é preciso tempo, e em uma
sociedade imediatista, onde tempo é dinheiro, as pessoas não vão querer perder
dinheiro, ou seja, tempo.
Os adultos que podem, resolvem sua necessidade de serem
ouvidos, com psicanalistas, Já as crianças que também anseiam serem ouvidas, se
fecham em seus mundinhos. Lugar esse repleto de vida, cores, criatividade,
histórias e sonhos. Alves diz: É dos sonhos
que nasce a inteligência. Se assim o é, podemos concluir que muitos sonhos
serão mortos e enterrados se não aprendermos, ensinarmos e praticarmos o ouvir.
E como consequência, em pouco tempo teremos uma sociedade desprovida de
inteligência.
Precisamos de pessoas que ouçam, nossas crianças precisam
de pais e educadores que as ouçam. Nossa sociedade e nosso futuro como homens
dependem disso.
Referência:
MAIA, Christiane M.; SHEIBEL, Maria F.; URBAN, Ana C. Didática:
organização do trabalho pedagógico. Curitiba:IESDE, 2009.
Por: Andreia Menezes Silva
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